segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

AÉCIO NEVES, QUER SER UM GRANDE ESTADISTA?



A Folha de São Paulo traz nessa segunda feira uma entrevista com Aécio Neves, senador mineiro que disputou a presidência da república nas últimas eleições. Todos sabemos o resultado.

Na entrevista, o senador reforça as criticas feitas ao governo, reitera que Dilma foi eleita devido ao marketing e reforça que a oposição será atuante na próxima legislatura. 

Todavia, não me agradou algumas respostas do líder da oposição e presidente do PSDB. Creio eu, esse desagrado não é exclusivamente meu, mas, de boa parte do eleitorado.   
Destaco alguns pontos, em vermelho. Comento logo abaixo.

Mas o sr. pensa em ser candidato novamente?
Não mesmo. Talvez já tenha cumprido o meu papel. O candidato vai ser aquele que tiver as melhores condições de enfrentar o governo. Meu papel é manter a oposição forte. O governador de São Paulo [Geraldo Alckmin] é um nome colocado e tem todas as condições. Outros nomes serão lembrados. Seria um erro antecipar este processo.

É mais do que obvio que é extremamente cedo para se falar nas eleições de 2018. Teremos o pleito municipal em 2016 onde a oposição deve trabalhar intensamente para pavimentar o caminho para a presidência, ou seja, quanto mais prefeituras forem conquistadas, maior serão as chances de tirar o PT do poder em 2018. 

Não obstante, será um erro de Aécio e do PSDB se ele não for o candidato em 2018. O PSDB estará repetindo o erro de eleições passadas. É bom lembrar, Lula somente foi eleito, após disputar quatro eleições consecutivas. 

Assim, caso Geraldo Alckmin saia candidato, o PSDB não ganhará a presidência e ainda correrá sério risco de perder o governo de São Paulo, a exemplo do que aconteceu em Minas. 

Existem elementos para pedir o impeachment?
Não. Não trabalho com essa hipótese. Estamos fazendo aquilo que na democracia é permitido: acionar a Justiça pedindo investigação. Pode ser até que se comprove que não houve nada, mas este é um direito inalienável.

O inicio mais adequado nessa resposta seria: "AINDA NÃO". Ainda não há elementos para pedir o impeachment, todavia, há fortes indícios. Vejamos apenas duas questões: 

O STF aceitou a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, o mesmo doleiro que afirmou, em interrogatório na Policia Federal, que Lula e Dilma sabiam dos desvios de verbas na Petrobrás. 



Ainda no âmbito da delação premiada da Operação Lava - Jato, o ex-diretor de abastecimentos da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, afirmou, em seu depoimento, também aceito pelo STF que 2% das propinas pagas iam para o PT. 

Não é necessário muito raciocínio lógico para se concluir que é grande a probabilidade de que parte do dinheiro da campanha petista, tenha sido oriunda de desvios de verbas da Petrobrás, logo, se isso for comprovado, o impeachment é o caminho a ser seguido. 

Pretende ir a atos anti-Dilma?
Não tenho programação para isso. Quero ter uma agenda de viagens pelo país.

Com a Operação Lava - Jato jogando o governo contra as cordas, considero um erro do senador não comparecer as manifestações anti-Dilma, principalmente depois do próprio Aécio gravar vídeo de apoio as manifestações. 

"Por muito menos Collor caiu"? Quem não conhece essa frase? O Impeachment do ex-presidente Collor foi possível porque nas manifestações de rua, havia lideranças politicas, inclusive, Lula. 

As famosas Diretas Já, só ganharam a dimensão que ganharam porque lá estavam lideranças politicas, inclusive Tancredo Neves, avô do Aécio.  

Ao não comparecer nos protestos contra o governo, Aécio Neves corre o risco de deixar um vácuo de liderança, vou além, corre o risco de perder a representatividade daqueles que protestam, a esmagadora maioria, seus eleitores.  

Entrevista completa, AQUI


Finalizo lembrando ao senador Aécio Neves que não basta brandar da tribuna contra o governo. Queremos uma oposição que fale alto sim, mas, que desde já, seja organizada e atuante em torno de dois objetivos: tirar o PT do poder e colocar o Brasil no rumo certo. 

Para isso, não basta apenas ser politico e fazer o jogo politico, para isso, é necessário que se seja um grande estadista e um excelente estrategista. 

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