Que todos sabiam o que ia ocorrer, disso não há dúvidas. Todos sabiam que o Senador Renan Calheiros, pela quarta vez como presidente do senado, não faria diferente agora em relação as oportunidades anteriores em que presidiu a casa.
Leiam matéria de O Globo.
Numa sessão tensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), protagonizaram na noite desta quarta-feira um verdadeiro bate-boca no Plenário. O motivo da briga é a eleição dos cargos da Mesa da Casa. Numa manobra articulada pelo próprio Renan, PMDB e PT fecharam uma chapa que excluiu o PSDB e PSB, partidos que apoiaram a candidatura avulsa do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) à Presidência da Casa.
Opinião do blog.
Alguém pode argumentar que as discussões de ontem no senado em torno dos cargos na Mesa Diretora, se tratam de questões pequenas, que a oposição deve brigar mesmo é nos trabalhos da CPI e deixar essas discurssões pra lá. Em um primeiro momento, a tendência é pensarmos dessa forma, porém, é bom lembrarmos que as grandes catrastofes começam por meio de pequenos detalhes, começam por meio de "pequenos erros", "pequenos" atropelos.
Se o senador alagoano se dá o direito de atropelar a ordem comum no senado, o que não fará com coisas maiores? Todos nós sabiamos que, com essa presidência, pouca coisa benéfica ao país sairá do senado, mas, acredito que não poucos se surpreenderam com a ligeireza com que a realidade se impõs.
Alguém tem a dimensão dessa realidade no senado? A realidade é que a oposição vem sendo sistematicamente atropelada e isso não é de hoje. Ao atropelar a oposição, ao cassar-lhe o direito, atropela-se também a democracia. Para se ter uma idéia, todos os novos membros da Mesa são governistas. Onde está a pluralidade? Onde estão os senadores que representam os mais de 50 milhões que se opõem ao governo?
Nunca é demais lembrar que foi esse mesmo Renan Calheiros quem mandou expulsar os manifestantes da "casa do povo" quando estes lá estavam para acompanhar a votação do Projeto de lei PLN 36, aquele, que inocentou Dilma do crime de responsabilidade fiscal, lembram? Como veem, o dignissímo senador não faz distinção entre povo e oposição. Atropela a ambos. Isso não é mera coincidência, nem tampouco mero acaso.
Podemos está passando apenas por um triste momento que cedo ou tarde passará. Certamente passará. O problema é que as más articulações também podem gerar suas tradições e essas más tradições, vindas do Estado, trazem como consequencia, um insaciável monstro que não enxerga direitos, nem de senadores, nem de deputados e muito menos do cidadão comum. Em sintese, isso não é democracia. Isso é ditadura.
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