Algumas pessoas, sedizentes de um conhecimento superior, acham inconcebível que grupos religiosos tenham voz ativa na vida politica da sociedade. Dizem elas, o Estado é laico. É claro que o Estado é laico e democrático e assim sendo, não pode excluir nem privilegiar nenhum grupo religioso na discussão dos rumos políticos do país.
De uns tempos pra cá, ao passo em que crescem o número de pessoas que se declaram cristãs evangélicas, também aumentam o número daqueles que acusam esse segmento de serem fundamentalistas. Não vou entrar nessa questão. O meu ponto aqui é outro e nada complexo ou polêmico.
Com uma rápida leitura da Bíblia, o mais ferrenho ateu pode honestamente concluir que Jesus impactou seus contemporâneos por sua defesa aos indefesos, tivessem eles cometidos grandes pecados, como foi o caso de Maria Madalena. Com igual ousadia, Jesus não poupou de criticas os lideres religiosos e políticos de sua época a exemplo dos fariseus.
Desde do seu surgimento, mesmo na condição de indefesos quando perseguidos, os primeiros cristãos se destacaram pelo cuidar do próximo. Famintos, órfãos, mães solteiras, doentes, idosos, analfabetos, encarcerados, etc, etc.
Quando o poder publico faltava com suas obrigações, seja por negligência ou por falta de estrutura, lá estavam os cristãos exercendo o amor ao próximo. Foi assim no inicio, continua sendo assim nos dias atuais. Ponto!
É do conhecimento de (quase) todos, o empreendimento feito pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) na construção de um mega templo no bairro do Brás, em São Paulo, templo este "batizado" como Templo de Salomão.
Não, meus amigos, também não vou entrar em questões teológicas e não irei tecer criticas em relação aos R$ 680 milhões de reais empregados na obra. Não sendo dinheiro público, façam o que bem quiserem com seus recursos.
Está agendado para essa semana, quinta feira, a presença da presidente Dilma Rousseff na inauguração do Templo, como é de praxe, é provável que o governador Geraldo Alckmin também esteja. Pois bem, fico aqui a imaginar o que será que o "bispo" Edir Macedo irá falar diante de tais autoridades?
Se for ele um cristão genuíno, não se intimidaria em acusar o Brasil de ser um país corrupto, tirando dinheiro daqueles que realmente precisam.
Se Macedo for um cristão genuíno, irá condenar os mais de 50 mil homicídios/ano sem nenhuma ação por parte do governo para que essa situação seja resolvida.
Se Edir Macedo, pregar o mesmo Cristo que os apóstolos pregaram, irá acusar o governo de pouco fazer pela saúde pública e pela educação.
Se Edir Macedo se orientar pela mesma Bíblia que orienta milhões de cristãos perseguidos mundo afora, irá lembrar que o governo brasileiro não emite nenhuma nota em prol desses cristãos. Ao contrário, se confabula com os perseguidores.
Se Edir Macedo se deter o minimo de tempo possível as Escrituras, irá lembrar que um bom governante, a exemplo do que foi o rei Salomão, deve governar seu povo com justiça e não se valer do poder para nele se perpetuar.
Tenho minhas dúvidas se Edir Macedo se espelhará nas Escrituras. Ao contrário, receio que ele tenha abandonado o Evangelho de Cristo e abraçado o evangelho da politica petista tão peculiar em conveniências para se manter no poder.
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