A Folha está fazendo uma espécie de especial sobre a Ditadura Militar iniciada em 64, fazem reportagens e pedem opinião de vários personagens que vivenciaram aquele período e colaboraram ou se opuseram aos militares.
Hoje, o jornal traz uma entrevista com o ex - ministro Célio Borja. Jurista experiente, Borja afirma que não houve ditadura, mas, uma intevensão que se prolongou e que praticou excessos.
Discordo do jurista. Creio que houve sim, uma ditadura que FELIZMENTE foi a militar e não a COMUNISTA.
No entanto, o ponto que quero destacar da entrevista não é se houve ou não ditadura. Quero apenas fazer uma pequena observação, creio eu, pertinente.
Ao falar sobre o governo de João Goulart, Célio Borja faz duas oportunas declarações.
CÉLIO BORJA: "Ninguém confiava no dia de amanhã. O principal ero do governo foram as ameaças. Viviam ameaçando. O presidente era mais cauteloso, mas no 13 de Março soltou a franga. Ameaçava fechar com o congresso. Fazer reformas na marra".
CÉLIO BORJA: "O momento de grande tensão começou no comício. A partir daí o que vinha sendo uma luta... da oposição com o governo passou a ser uma ameaça, da parte do governo, contra as instituições representativas. Os discursos do comício eram eram extremamente ameaçadores. Ameaçavam o congresso, as instituições democráticas. Assustavam muito a sociedade".
De fato. O comicio foi o fio desencadeador de todos os acontecimentos posteriores.
Após a redemocratização, louvamos, merecidamente, a independência das instituições e o fato do Brasil seguir no caminho da consolidação de um Estado cada vez mais democrático.
Porém, vejam lá. Essas duas declarações feitas pelo jurista, se encaixam perfeitamente aos dias de hoje quando observamos os três governos do PT.
De 2002 pra cá, o que observamos é uma continua ofensiva contra as instituições. Seja no congresso, seja no judiciário, seja na sociedade civil.
Logicamente que não há ameaças de fechamento do congresso, mas, há outros tipos de ofensas igualmente danosas a sociedade brasileira.
O mensalão foi o mais notório. Os ataques, deboches e agir deliberadamente para que os mensaleiros fossem abosrvidos da condenação de quadrilha, segue o mesmo tom.
A liberação de emendas a esse parlamentar enquanto o outro não tem o mesmo tratamento, é outra aberração que nos tornam menos democráticos. Se não é um dispositivo criado por esse governo, mas que esse também faz uso, é um claro sinal de que nesse quesito, como em muitos outros, não avançamos.
A cooptação de sindicatos é outro mal.
A agressiva atuação do MST e tantos outros "movimentos sociais" fazem parte do mesmo pacote de usurpar nossa liberdade, nossa paz e nossos direitos.
Já afirmei aqui que a História não anda em circulos, no entanto, alguns metódos, podem ser usados tanto no passado quanto no presente. Se Jango ameaçou as instituições em 64, o mesmo metódo, com ajustes, vem sendo utilizado há 11 anos.
Entrevista completa, segue o link http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1430339-nao-era-ditadura-diz-presidente-da-camara-no-governo-geisel.shtml
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