O governo Dilma poderia criar um novo ministério. O
Ministério do cinismo e ufanismo Duas características peculiares desse
governo e seus ministros. Digo isso, porque foi a sensação que me causou a
recente entrevista do ministro Guido Mantega a revista Veja.
Um conjunto de
cinismo e ufanismo, pior, uma total ausência de autocrítica em assumir os erros
na condução da economia brasileira.
O ministro se mantém no cargo por pura falta de opções e
pela falta de uma oposição atuante, corajosa, aliás, vale destacar que o Sr.
Mantega é visto com bons olhos pelos partidos ditos como “oposição”. Meu Deus,
salve-nos!!
Vamos analisar alguns pontos da entrevista.
Ao ser indagado sobre os riscos do avanço inflacionário o
ministro faz a seguinte afirmativa.
“Não existe pressão inflacionária originada no consumo,
como muitos dizem”.
Não existe tal pressão, quando se tem um parque industrial
bem desenvolvido. O nosso deixou de ser há muito tempo. Um parque industrial
que não necessite importar tecnologia.
Não existe pressão inflacionária quando se dispõe de um
livre mercado. O que nunca foi o caso do Brasil. Portanto, Senhor Ministro, suas palavras são no mínimo ufanistas.
Logo adiante, o ministro faz a ressalva que: “O consumidor,
de fato, sentiu os efeitos do aumento da inflação e também as restrições ao
crédito”. Ou seja, a política econômica adota uma linha voltada a gastança, ao endividamento
familiar e logo em seguida pontua que o consumidor sentiu os efeitos... o que é
isso? Experimento econômico? Fica evidente que o atual governo não tem nenhum
compromisso com o progresso do pais. Seu compromisso consiste apenas em lustrar
números para atender os interesses de momento.
Ao ser questionado sobre a perda de credibilidade na
economia brasileira, Mantega não deixa dúvidas quanto ao compromisso do governo
do PT. Diz o ministro.
“A chamada contabilidade criativa, muito criticada, é como
capitalizamos o BNDES ou como emprestamos dinheiro ao BNDES por meio de títulos públicos.
Tudo isso está perfeitamente dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Faltou o ministro explicar a população sobre os custos desses
empréstimos via títulos públicos. Não, não estou falando dos juros camaradas
que o BNDES cobra a seus “escolhidos”, estou falando do custo futuro de termos
uma dívida pública cada dia mais crescente, deixado de herança para nossos
filhos e netos. Títulos Públicos futuramente serão pagos e quem pagará a conta?
Na continuação de sua resposta, o ministro chega ao auge do
cinismo e sai com essa:
“Infelizmente, o setor privado não tem condições de fazer
esses financiamentos. Adoraria que ele tivesse”.
Ora, ministro Mantega. Se o seu ministério e governo,
trabalhasse em oferecer reais condições a iniciativa privada, o senhor não
estaria fazendo tal lamento. Cadê a
reforma tributária? Cadê o combate aos gastos públicos? Cadê o incentivo a
industria? Seja mais realista, ministro!
Por último a cereja do bolo. “A nossa prioridade hoje são os
investimentos em infraestrutura, porque temos um gargalo em todo o país,
decorrente de vários anos sem investimentos apropriados”.
O ministro certamente
deve está falando sobretudo da gestão petista, não?! Ao usar a expressão “Anos
sem investimentos apropriados” somos tentados a imaginar que se trata de um
novo governo no seu discurso de pose. Não! Trata-se da fala de um ministro cujo
governo está no seu terceiro mandato. Doze longevos anos que esse governo está
no poder e somente agora se lembram da infraestrutura? A copa do mundo é daqui a
menos de um ano... ministro.
Senhoras, senhores, eis aí a síntese de um desgoverno!
Jakson Miranda
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