segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A SÍNTESE DE UM (DES) GOVERNO

          O governo Dilma poderia criar um novo ministério. O Ministério do cinismo e ufanismo  Duas características peculiares desse governo e seus ministros. Digo isso, porque foi a sensação que me causou a recente entrevista do ministro Guido Mantega a revista Veja.
         
          Um conjunto de cinismo e ufanismo, pior, uma total ausência de autocrítica em assumir os erros na condução da economia brasileira.
       
         O ministro se mantém no cargo por pura falta de opções e pela falta de uma oposição atuante, corajosa, aliás, vale destacar que o Sr. Mantega é visto com bons olhos pelos partidos ditos como “oposição”. Meu Deus, salve-nos!!

            Vamos analisar alguns pontos da entrevista. 

       Ao ser indagado sobre os riscos do avanço inflacionário o ministro faz a seguinte afirmativa.

Não existe pressão inflacionária originada no consumo, como muitos dizem”.

         Não existe tal pressão, quando se tem um parque industrial bem desenvolvido. O nosso deixou de ser há muito tempo. Um parque industrial que não necessite importar tecnologia.
Não existe pressão inflacionária quando se dispõe de um livre mercado. O que nunca foi o caso do Brasil. Portanto,  Senhor Ministro, suas palavras são no mínimo ufanistas.

          Logo adiante, o ministro faz a ressalva que: “O consumidor, de fato, sentiu os efeitos do aumento da inflação e também as restrições ao crédito”. Ou seja, a política econômica adota uma linha voltada a gastança, ao endividamento familiar e logo em seguida pontua que o consumidor sentiu os efeitos... o que é isso? Experimento econômico? Fica evidente que o atual governo não tem nenhum compromisso com o progresso do pais. Seu compromisso consiste apenas em lustrar números para atender os interesses de momento.

         Ao ser questionado sobre a perda de credibilidade na economia brasileira, Mantega não deixa dúvidas quanto ao compromisso do governo do PT. Diz o ministro.
A chamada contabilidade criativa, muito criticada, é como capitalizamos o BNDES  ou como emprestamos dinheiro ao BNDES por meio de títulos públicos. Tudo isso está perfeitamente dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal”.

       Faltou o ministro explicar a população sobre os custos desses empréstimos via títulos públicos. Não, não estou falando dos juros camaradas que o BNDES cobra a seus “escolhidos”, estou falando do custo futuro de termos uma dívida pública cada dia mais crescente, deixado de herança para nossos filhos e netos. Títulos Públicos futuramente serão pagos e quem pagará a conta?

          Na continuação de sua resposta, o ministro chega ao auge do cinismo e sai com essa:
Infelizmente, o setor privado não tem condições de fazer esses financiamentos. Adoraria que ele tivesse”.

      Ora, ministro Mantega. Se o seu ministério e governo, trabalhasse em oferecer reais condições a iniciativa privada, o senhor não estaria fazendo tal lamento. Cadê a reforma tributária? Cadê o combate aos gastos públicos? Cadê o incentivo a industria? Seja mais realista, ministro!

     Por último a cereja do bolo. “A nossa prioridade hoje são os investimentos em infraestrutura, porque temos um gargalo em todo o país, decorrente de vários anos sem investimentos apropriados”. 

          O ministro certamente deve está falando sobretudo da gestão petista, não?! Ao usar a expressão “Anos sem investimentos apropriados” somos tentados a imaginar que se trata de um novo governo no seu discurso de pose. Não! Trata-se da fala de um ministro cujo governo está no seu terceiro mandato. Doze longevos anos que esse governo está no poder e somente agora se lembram da infraestrutura? A copa do mundo é daqui a menos de um ano... ministro.

Senhoras, senhores, eis aí a síntese de um desgoverno!

Jakson Miranda

  


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