Há muito a educação tem sido um dos principais problemas
enfrentados pelo Brasil. A falta de qualidade do ensino e o déficit de
aprendizado dos nossos alunos é patente.
Não obstante, os recursos financeiros não param de aumentar, não
obstante, o uso da tecnologia é cada vez mais frequente. Então, quais são as
causas? Será que a culpa é do quadro de professores? Sim, digo que é e vou mais
além, o problema é muito mais sério do que se parece. Não se trata apenas da
falta de capacitação ou da falta de tempo em preparar aulas, enfrentados pelos
profissionais em docência.
A queda da qualidade educacional, (houve qualidade alguma
vez?) fica nítida, quando analisamos a sociedade brasileira como um todo. Aqui,
constatamos de forma clara a falta de rumo das pessoas e daqueles que as
governam. Falta de rumo esta, acompanhada de um grande relativismo moral. A
quase ou total falta de valores é cada vez mais patente em todos os níveis e
segmentos da sociedade.
Mas, não falaremos especificamente da qualidade da educação brasileira.
Meu objetivo é outro. Queremos aqui, pontuar algumas inquietações quanto a influencia
da qualidade dessa educação na formação da criança e jovem cristãos.
Assim, diante desse quadro geral, somos obrigados a fazer a
seguinte indagação. Onde estão os evangélicos? Como as crianças evangélicas
estão lidando com esse contexto? Estão sendo bem preparadas? Bem orientadas?
Antes de prosseguir, uma pequena digressão.
Acho inadmissível
que cristãos, em particular os evangélicos, votem em políticos do PT ou de
qualquer outro partido político mais a esquerda. Infelizmente, há três eleições
consecutivas, os petistas se mantêm no poder a nível federal, além de Estados e
municípios, lamento, mas muito com o voto evangélico.
Voltando a pergunta feita acima. Como as crianças evangélicas estão
lidando com esse contexto? Estão sendo bem preparadas? Bem orientadas?
Não há uma resposta simples, mas, podemos discutir e pontuar
algumas questões que a meu ver, são pertinentes de serem discutidas.
Fica-nos claro que a criança e os jovens, me refiro aqui ao
segmento evangélico, estão em meio a uma disputa. De um lado, os pastores, os
lideres de jovens e a família. Do outro, o atual modelo de ensino, sim, com um
significativo respaldo de professores e os inúmeros meios culturais que
descaradamente assediam nossas crianças.
Desculpem-me, pais, pastores e lideres de jovens. O risco de
que vocês estejam perdendo essa luta é quase certo. Como li outro dia: Nossos filhos são lançados
aos lobos todos os dias quando vão a escola.
Diante disto, destaco aqui alguns pontos.
As igrejas oferecem três cultos semanais mais a escola
bíblica dominical. Totalizando, quatro encontros semanais. A criança / Jovem
vai a escola cinco dias por semana.
A diferença não é tão grande assim, certo? Errado! A
diferença é enorme. A criança fica na unidade escolar cinco horas por dia e na
igreja, pouco mais de uma hora por culto.
Portanto, o jovem que vai a todos os cultos e escola
bíblica, participa desses encontros por no máximo cinco horas semanal. Na
unidade escolar, são vinte e cinco horas.
O que se aprende nessas vinte e cinco horas na unidade
escolar, passa longe dos verdadeiros valores que se precisa aprender. O que
nossas crianças aprendem nessas vinte e cinco horas na escola, é diametralmente
o oposto daquilo que seu pastor ensina na igreja. E isso, certamente influencia
sobremaneira na sua formação de conceitos.
“Mas, amigo, o que você quer? Que as escolas passem a
realizar cultos? Fazemos parte de um estado laico.”
Não, não quero que as escolas realizem cultos e certamente
sei que fazemos parte de um Estado laico.
Todavia, devo lembrar que o Estado, no qual fazemos parte,
tem como principio respeitar todos os seus entes.
Então, lanço outra pergunta. O segmento evangélico está sendo respeitado e
representado nas unidades escolares? Os valores cristãos estão sendo
respeitados nas unidades escolares?
Digo-lhes que não! Muito pelo contrário. O que observamos,
são muitos docentes atuarem obstinadamente em fazer do cristianismo uma fé religiosa
ultrapassada, preconceituosa. Coisa de ignorantes e atrasados.
Em nome da laicidade não se fala de Deus na sala de aula, mas, não há
nenhuma recomendação quanto às abordagens contrárias aos valores cristãos. Não sendo raro as vezes em que essas abordagens se aproximem de uma agressão.
Ademais, analisando alguns livros didáticos, em
especial os de História, podemos tirar algumas conclusões.
Sem fazer uma analise detalhada, arrisco em dizer que 98% dos livros didáticos não representam o
cristianismo da forma que deveria representá-lo, ou ainda, o cristianismo é
sub-representado pelos livros didáticos.
Pegando como exemplo os livros de História, observamos que
ao abordar a origem do homem, fiquemos apenas nesse tema, (embora haja muitos outros, como a exaltação dos
mitos gregos, etc, etc.), os organizadores dos livros, para serem “isentos” apresentam-nos
tanto a versão Criacionista quanto a evolucionista.
Todavia, o espaço dado a explicação Criacionista, explicação
esta compartilhada por todo cristão, é um espaço muito, mais muito inferior ao
espaço dado a explicação evolucionista, esta, apresentada com um verniz
cientifico, aquela, fruto apenas da fé religiosa.
Assim, além da desproporção de espaços, não se aborda o Criacionismo de forma cientifica. Sim, já que a escola é para aprender os
conceitos científicos, o criacionismo é sim, científico, o criacionismo tem
sim, uma lógica cientifica.
Por outro lado, esconde-se os FUROS da TEORIA da
evolução.
Será que algum professor, de História, Geografia ou Ciências
explica a seus alunos o que é uma “teoria”?
É mais fácil um camelo passar por uma agulha do que um
professor explicar que o evolucionismo trata-se apenas de uma teoria mais
furada que queijo suíço.
Adiante.
Algum livro didático de História fala do cristianismo?
Fala-se o mínimo possível. Na verdade, mostra o cristianismo ali, durante o
Império Romano e Idade Média. Nesse particular, não se falou antes, da origem
do cristianismo e de todas as lutas enfrentadas pelos primeiros cristãos.
Pois bem, após a Idade Média, vem o Renascimento. Aqui,
facilmente um professor esquerdista, (a grande maioria dos professores são esquerdistas e muitos declaradamente, anti cristãos) pode ligar o cristianismo e a Idade Média a um período
de “irracionalidade”, “ignorância” e perseguições empreendidas pelos cristãos aos povos pagãos,
enquanto que o Renascimento passa a ser “louvado” com todo o seu
antropocentrismo.
E em outras matérias não é diferente. Será que na Orientação
Curricular da matéria de português, é ao menos recomendado a leitura de um C.S.
Lewis (autor de Crônicas de Nárnia, e um dos maiores teólogos do século XX)?
Como que fica a cabeça de uma criança nessa situação? Quando
Seu Pastor fala uma coisa e seu professor fala outra?
É fato que essa criança
precisa está bem preparada para saber discernir quando um ensino fere seus
princípios e apontar os erros existentes numa explicação do seu professor ou
mesmo num livro didático.
Será que é pedir muito que durante a EBD esses assuntos
sejam discutidos e ensinados?
Creio que não! A igreja de Cristo tem que está preparada
tanto para as batalhas espirituais quanto para as batalhas do mundo secular.
Portanto, ter a preocupação com a qualidade do ensino e seu
conteúdo apresentado nas escolas, não é apenas um dever dos pais, mas, dos lideres de jovens e pastores,
que devem, por meio dos Conselhos de Pastores, indagar junto ao MEC e
Secretarias de Educação, sobre o conteúdo dos livros didáticos. Por que não?
É um compromisso de todos nós que ansiamos por uma sociedade sadia, por todos nós
que ansiamos por uma nação devotada a Deus.
Por fim, devemos cuidar para que o futuro da igreja não
sofra da sutil e maléfica influência da esquerda Gramsciana presente nas salas de aula.
Ass.
Jakson Miranda